sexta-feira, 18 de abril de 2008

Produtos sem garantia

O consumidor deve ficar atento na hora de comprar produtos da marca Gradiente. As mercadorias não têm garantia de fábrica desde fevereiro, mas algumas lojas não informam nada aos clientes.

Os produtos da Gradiente à venda nas lojas podem até sugerir um bom negócio, mas desde fevereiro nenhum deles tem garantia de fábrica. Numa loja em Belo Horizonte, o consumidor que estiver disposto a desembolsar R$ 2 mil por uma TV LCD de 32 polegadas não é informado de que o produto não terá garantia da Gradiente.

Vendedora: Ela tem garantia de um ano. Todas elas a garantia é um ano.

JG: Eu ouvi dizer que a Gradiente não está assumindo mais as garantias dela.

Vendedora: Ela não está produzindo em larga quantidade, larga escala, mas ela está tendo garantia normal.

Não é o que diz a própria Gradiente. Em fevereiro, a empresa enviou um comunicado a órgãos de defesa do consumidor de todo o país dizendo que por problemas financeiros não efetuará o reembolso nem a troca de aparelhos por 180 dias.

Nas oficinas autorizadas faltam peças de reposição. Numa delas, o dono diz que recebeu da fábrica a ordem para devolver os produtos sem consertá-los. “O informativo era que comunicasse para os clientes que retirasse o aparelho e aguardasse o retorno dos serviços”, conta o técnico Nardino Nobre.

Foi o que aconteceu com Eduardo. O som novinho nunca funcionou. “Eu fui à assistência técnica três vezes e então eu encaminhei até o Procon, que estabeleceu um prazo de 10 dias para solucionar a questão”.

O órgão de Defesa do Consumidor diz que mesmo enviando o comunicado, a Gradiente é responsável pelos produtos. “O código determina que a empresa devolva o dinheiro ao consumidor ou entregue um outro produto novo no prazo de 30 dias”, explica o coordenador do Procon/BH, Marcelo Barbosa.

O Procon de Belo Horizonte pediu ajuda ao Ministério Público para conseguir na justiça a suspensão da venda dos produtos da Gradiente em Minas Gerais. Além da reparação dos danos causados aos consumidores.

Para o advogado Adriano de Paulo, os problemas da empresa não podem prejudicar o consumidor. “Não é pelo fato de uma empresa ter problemas econômicos que ela vai deixar de pagar funcionários, fornecedores, a conta de água ou luz. Essas obrigações continuam prevalecendo”, explica.

A Gradiente não quis gravar entrevista. Explicou em nota que enfrenta problemas de fornecimento de componentes para a rede de assistência técnica e que pretende resolver o mais rápido possível as pendências com consumidores.

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